Praga, uma surpresa tão boa

Confesso que o leste europeu não estava no topo da minha lista de viagens. Só queria conhecer duas cidades que ficavam lá, Berlim e Viena (When will you realize? Vienna waits for you ♪♪♪). Mas aí surgiu uma viagem que aconteceria em maio, na minha semana de férias, e uma amiga me convenceu a ir.  

O roteiro era o seguinte: Budapeste, Viena, Praga e Berlim. Escolhi começar por contar sobre Praga porque aquela cidade me surpreendeu muito! Conhecer a República Tcheca não estava nos planos, mas ainda bem que fui até lá porque a beleza da cidade me encantou. Fiquei apenas dois dias mas poderia ficar uma semana, um mês que não me cansaria. 

Praga (em checo: Praha) é a capital e a maior cidade da República Checa, situada na margem do Vltava. Conhecida como "cidade das cem cúpulas", Praga é um dos mais belos e antigos centros urbanos da Europa, famosa pelo extenso patrimônio arquitetônico e rica vida cultural. Importante também como núcleo de transportes e comunicações, é o principal centro econômico e industrial da República Checa. Situada na Boêmia central, a cidade de Praga localiza-se sobre colinas, em ambas as margens do rio Vltava, pouco antes de sua confluência com o rio Elba. O curso sinuoso do rio através da cidade, cheia de belas e antigas pontes, contrasta com a presença imponente do grande Castelo de Praga em Hradcany, que domina a capital na margem esquerda (oriental) do Vltava.

A parte histórica da cidade sempre cheia de turistas só prova o quanto vale a pena visitar esse país com uma língua estranha e difícil. Sério, eu achava que alemão era complicado, mas depois de ouvir tcheco tô quase me arriscando a aprender alemão porque ficou fácil, gente! (não, não ficou :p ) E ah, o centro histórico é Patrimônio Mundial da UNESCO! A capital checa possui um dos mais belos e conservados patrimônios arquitectônicos da Europa. Isso se deve principalmente ao facto de ela ter sofrido relativamente poucos danos durante as duas guerras mundiais. Monumentos, igrejas, ruas estreitas e prédios históricos contrastam com as modernas edificações da cidade. Uma das construções mais importantes é o castelo na colina Hradcany, fundado no século XVII, que actualmente serve como a residência presidencial e onde antigamente era habitado pelos reis da Boêmia.

 As pontes dão aquele charme para a cidade, deixando-a romântica e mais fofinha ainda. A ponte mais linda é a Charles Bridge, que possui vários monumentos dos dois lados e durante o dia fica cheia de artistas de rua, tanto pintores e desenhistas como músicos. Como todas as cidades da Europa os centros históricos são recheados de arte, cultura e beleza. 

Uma das atrações da cidade é o seu famoso relógio. Há um pequeno show mecânico a cada troca de hora. Quando falta meia hora pro relógio anunciar uma nova hora a praça já está lotada de turistas com suas câmeras posicionadas pra filmar o show. Há uma lenda que diz que o relógio foi construído pelo mestre-relojoeiro Hanus e seu assistente Jakub Cech em 1490, e que depois de ter terminado ele foi cegado para que não construísse outro relógio como aquele. Sim, o relógio é magnífico! 

Enfim, se você estiver na Alemanha, ou na Áustria, ou em qualquer país perto da República Tcheca, dê um pulinho em Praga que vale muito a pena. E um detalhe: Praga fica mais encantadora durante a noite. Então já sabe, além de um passeio durante o dia, faça um à noite também. Outra coisa, quando fui era primavera, em maio, mas ainda estava friozinho (é o leste né, gente. acho que eles não sabem o que é o calor. pobres thcecos). 

Confesso que as cidades que eu não colocava expectativa nenhuma foram as que mais me surpreenderam. Viajar é isso, ser surpreendido em cada canto que passar, com cada monumento que ver, em cada igreja que entrar, com cada língua que ouvir...

Espero que tenham gostado desse pequenino relato da linda Praga. Um beijinho e até o próximo destino :) 

ps: esqueci de dizer que tem um muro do John Lennon em que os turistas podem escrever nele. é bem grande e tá cheio de letras de músicas e mensagens de várias partes do mundo :))

Bendito dia em que ousei sonhar

Lembro que ficava imaginando, quando criança, quando seria o dia em que entraria em um avião pela primeira vez e colocaria meus pés em uma terra distante e desconhecida. Saía das minhas aulas de inglês sonhando com o dia em que chegaria nos Estados Unidos ou Canadá. Olhava aqueles anúncios de cursos de verão no EUA e sonhava alto.

Só que aí eu cresci e aprendi que o mundo não é só América do Sul e América do Norte. Aprendi que se eu atravessasse o oceano, eu chegaria em um mundo muito antigo, mas que poderia ser mais maravilhoso e encantador do que ver o Mickey Mouse e seus amigos. E então eu comecei a sonhar mais alto. Nos meus sonhos não havia somente EUA e Canadá. Agora a Inglaterra fazia parte da lista. 

Os anos foram passando, terminei meu curso de inglês, entrei na faculdade e descobri que eu estava mais perto de voar do que eu imaginava. Dentro da Universidade a gente tem a oportunidade de tentar vários intercâmbios, e quando soube a variedade de intercâmbios que a minha faculdade tinha, fiquei maravilhada e meus sonhos se multiplicaram! 

Se você pensa que eu já estava sonhando alto demais, te digo que ousei sonhar mais alto ainda quando descobri que teria a chance de passar 2 anos no velho mundo fazendo a chamada "graduação sanduíche", que consiste em fazer metade da faculdade no Brasil e metade no exterior. E no exterior, no meu caso, seria pra Universidade de Coimbra, em Portugal. Como faço Letras, nem preciso dizer o quanto fiquei encantada, né?! Já pensou estudar na mesma Universidade que vários escritores sensacionais estudaram?! 

Guardei esse sonho pra mim e assim que cheguei no segundo ano (que era o ano que poderia tentar) já fui buscar mais informações. Fiquei sabendo que não teria mais intercâmbio para Coimbra, mas que agora a Universidade parceira seria a Universidade do Porto. Pesquisei um pouquinho sobre Porto e cheguei a conclusão de que a cidade não poderia ser tão ruim. Então me inscrevi. 

Depois de meses e meses de espera, ansiedade e noites sem dormir o resultado saiu e descobri que havia passado! Pois é, agora sim eu estava bem pertinho de poder voar!

Mesmo o meu sonho inicial sendo estudar em um país de língua inglesa, entendi que não poderia desperdiçar essa oportunidade de ficar perto do Reino Unido! Enfim, depois de toda a burocracia, do medo de não dar certo lá no fundo, de despedidas e choradeiras, eis que embarco pro lado de cá! 

Preciso dizer que se ao pesquisar pela primeira vez sobre o Porto e pensar "ah, não deve ser uma cidade ruim para viver", ao colocar os pés aqui mudei o pensamento para "que cidade maravilhosa, não quero mais sair daqui". Não sei explicar, mas no primeiro dia eu já sabia que o Porto se tornaria mesmo meu lar por 2 anos. Eu consigo sentir que aqui é minha casa, minha cidade e até já sinto que Portugal é o meu país também! 

Só pra situar vocês um bocadinho: o Porto é a segunda maior cidade de Portugal, depois de Lisboa, e fica no norte do país. Foi considerada como melhor destino europeu de 2014 e é conhecida pelos seus vinhos, pontes e uma arquitetura contemporânea e antiga. O centro histórico dessa cidade tão amada por mim é considerado Patrimônio Mundial pela UNESCO. A cidade também é conhecida pelos seus restaurantes e ótima gastronomia, pelo Futebol Clube do Porto e por uma das melhores universidades europeias, a Universidade do Porto, colocada entre as 200 melhores a nível mundial e entre as 100 melhores universidades da Europa.
O seu mar azulzinho é impossível de entrar (pelo menos pra mim), mas é maravilhoso caminhar na beira do mar deixando a água levar todo estresse embora. Afinal de contas, como não esquecer dos problemas com aquela vista?! A baixa do Porto com todas aquelas igrejas e arquitetura antiga, com os turistas tirando foto o tempo todo. O rio Douro proporcionando um clima agradável na Ribeira (o pôr do sol na Ribeira é sensacional!). As livrarias e sebos espalhadas pela cidade. A língua com suas diferenças, que ás vezes parece tudo menos português. A festa de São João, que é o dia em todos os moradores do Porto saem às ruas (sim, fica impossível de andar, mas é uma sensação única estar no meio de tudo isso). Pela ponte Dom Luis que possui todo aquele charme na sua arquitetura. Sim, foi por tudo isso que me apaixonei.

Termino dizendo que me encanto cada dia mais por essa cidade, pelas pessoas que conheço, pelos amigos que faço. Diferente do que muita gente me disse antes de vir pra cá, os portugueses são simpáticos e sempre ajudam os turistas com um sorriso no rosto no que precisam. Acho que consegui perceber que o Porto já é meu lar quando fiz minha primeira viagem a um país aqui perto. Depois de quinze dias turistando conhecendo lugares maravilhosos, eu não via a hora de voltar pra casa. Quando me peguei dizendo essa palavra, "casa", percebi que já tinha me encontrado e encontrado o meu lugar para os próximos meses. 

E pensar que tudo isso começou quando ousei sonhar, lá com meus 10 anos, nas curtas aulas de inglês que tinha toda semana... Que possamos sonhar mais, todos os dias! :) 

Um beijo bem grande!